Maria Montessori

Maria Montessori nasceu em Chiaravalle, no norte da Itália, em 31 de agosto de 1870, em uma família de classe média. Embora seus pais tivessem o desejo de que ela se tornasse professora, ela começou seus estudos em matemática e engenharia. Mais tarde, formou-se em Medicina na Universidade de Roma, tornando-se uma das primeiras mulheres a obter o título de doutora.

Como pedagoga, pesquisadora e médica italiana, Montessori desenvolveu o método Montessori, um sistema educacional voltado para a formação integral do indivíduo, com o lema “educar para a vida”.

Iniciou sua carreira como assistente na clínica psiquiátrica da Universidade de Roma, onde se dedicou ao estudo e à experimentação com crianças portadoras de distúrbios comportamentais e de aprendizagem. Baseando-se nos estudos de Itard sobre o Menino Selvagem e nos trabalhos de Édouard Séguin, Montessori obteve sucesso ao adaptar e desenvolver materiais pedagógicos que culminaram no método, Montessori, focado na educação integral e na autonomia das crianças.

BARROS e PEREIRA (2005) afirmam que Montessori foi influenciada por teóricos como Pestalozzi, Froebel e Rousseau. Ela acreditava que o aprendizado deveria ocorrer por meio do amor e não do medo, propondo uma educação que respeitasse a individualidade da criança e promovesse o seu desenvolvimento natural.

Em uma época dominada por métodos tradicionais e autoritários, Montessori revolucionou a educação ao incentivar o desenvolvimento do potencial criativo desde a primeira infância. Ela fundou a primeira “Casa dei Bambini” em 1907, em San Lorenzo, Roma, onde pôde aplicar suas técnicas de forma prática e livre. Seu método atraiu rapidamente a atenção de educadores em todo o mundo e, em 1940, já havia se difundido por todos os continentes.

Planos de Desenvolvimento

Cada plano é marcado por uma faixa etária, que define desejos e formas de aprender:

Primeiro Plano (0-6 anos): Fase de construção da pessoa. A mente é como uma esponja, absorvendo estímulos do ambiente sem discernimento. A criança aprende naturalmente ao explorar o mundo ao seu redor.
Segundo Plano (6-12 anos): Fase de raciocínio e imaginação. A criança busca entender o mundo, faz muitas perguntas, desenvolve discernimento e forma opiniões próprias. A socialização e a influência de outras pessoas são fundamentais nesta fase.
Terceiro Plano (12-18 anos): Fase de autodescoberta e independência. O adolescente busca seu papel na sociedade e enfrenta mudanças físicas e emocionais significativas. Montessori compara a puberdade a um “novo nascimento”, exigindo acolhimento e atenção às emoções.
Quarto Plano (18-24 anos): Fase de amadurecimento e responsabilidade. As experiências anteriores influenciam o desenvolvimento pleno e saudável da pessoa, que agora assume responsabilidades sobre suas atitudes.

Métodos Montessori

Maria Montessori defendia que, para ensinar, é necessário respeitar a individualidade, autonomia e responsabilidade da criança. Ela acreditava que as crianças constroem o mundo e, portanto, devem se tornar independentes e fortes.

Montessori acreditava que as crianças são capazes de aprender sozinhas em tarefas básicas como andar, falar e comer. Esse método de autoeducação baseia-se na confiança nas capacidades da criança para se desenvolver de forma independente e livre. A observação dos comportamentos dos outros pode auxiliar no aprendizado. Nas escolas Montessori, alunos de diferentes idades convivem na mesma sala, permitindo que os menores aprendam com os maiores e que os maiores desenvolvam empatia.

Segundo Montessori, a criança é o centro do processo de aprendizagem, explorando e descobrindo por conta própria, enquanto o professor atua como mediador, observando as necessidades e interesses das crianças e preparando o ambiente para apoiar o aprendizado.

No método de autoeducação, os alunos aprendem com seus erros, superam dificuldades e manipulam materiais específicos do ambiente escolar. O ambiente de aprendizagem é crucial, devendo ser projetado para incentivar a liberdade de explorar e aprender. Ele deve ser um lugar silencioso, espaçoso, em contato com a natureza, com móveis acessíveis ao tamanho das crianças, como cadeiras, mesas e armários, que possam ser movidos facilmente. As crianças devem ter liberdade para se movimentar e se comunicar, muitas vezes sentando-se em tapetes. Os materiais educativos são de suma importância, sendo apresentados de forma atrativa e colorida, com texturas chamativas e objetivos específicos.

Montessori propôs a educação como uma ciência, onde a aula é conduzida como uma pesquisa científica, com observação, experimentação, investigação e discussão. Nesse modelo, o conhecimento é construído coletivamente, com mediação do educador. Por meio de métodos de observação, formulação de hipóteses e teorias, os estudantes são estimulados a investigar, raciocinar e discutir de forma colaborativa.

Você sabia que a linha ou aula rítmica foi uma invenção de Montessori? Através de suas observações, ela notou que as crianças adoravam andar sobre trilhos ou nas extremidades das calçadas, pois isso lhes dava estabilidade e domínio de si. Montessori, então, traçou linhas circulares e retas na sala de aula para que as crianças pudessem andar colocando um pé à frente do outro, como se estivessem em trilhos. Essa dinâmica tem a finalidade de despertar a consciência da criança e é constituída por cinco fases:

Atenção: Focar a atenção da criança em um objeto ou atividade específica.
Concentração sem esforço: A criança se concentra de forma natural e espontânea.
Concentração com esforço: A concentração é mantida mesmo diante de desafios.
Desconcentração: Permitir que a mente relaxe e se desvie da atividade.
Relaxamento: A criança entra em um estado de descanso, integrando a experiência vivida.

O método de Educação Cósmica de Maria Montessori visa ajudar a criança a compreender o mundo cultural e social de maneira integrada e interconectada. Para ilustrar isso, podemos imaginar uma árvore com suas ramificações, onde cada ramificação representa um aspecto ou elemento do conhecimento e da vida que contribui para a compreensão do mundo. Nesse contexto, a criança é como a árvore, crescendo e se desenvolvendo através da exploração de diversos aspectos do mundo.

O professor deve conhecer as fases do desenvolvimento infantil e auxiliar a criança em seu desenvolvimento integral, proporcionando um ambiente acessível e assistência para que ela possa realizar atividades sozinha. O professor é um apoiador, que observa e interfere quando necessário, estando atento e registrando os comportamentos dos alunos. A técnica de ensino deve ser indireta e discreta, evitando comparações.

Obra:

O Segredo da Infância – Maria Montessori, Ed. Kirion.
A Mente da Criança – Maria Montessori, Ed. Kirion.
A Descoberta da Criança – Maria Montessori, Ed. Kirion.
A Educação e a Paz – Maria Montessori, Ed. Papirus.
Formação do Homem – Maria Montessori, Ed. Kirion.
Para Educar o Potencial Humano – Maria Montessori, Ed. Papirus.
Da Infância à Adolescência – Maria Montessori, Ed. ZTG.

Filme:

Maria Montessori, a Educadora Visionária

Disponível: Prime Video

Conclusão:

Portanto, quando há um equilíbrio entre um ambiente adequado e um professor qualificado, a criança se desenvolve de forma natural, tornando-se empática, calma, responsável e autônoma. Isso fortalece sua autoestima e confiança, desperta sua curiosidade natural, e estimula o desejo de aprender. Com os materiais Montessori, a curiosidade e a vontade de aprender são incentivadas, promovendo o desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Dessa forma, as crianças se preparam para o futuro, desenvolvendo habilidades que as auxiliam nos desafios cotidianos.